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Crédit: France Alumni Brasil
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Histórias inspiradoras: Mariana Oliveira

01 novembro 2024 Comunidade
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A rede France Alumni Brasil reúne cerca de 13.000 estudantes brasileiros que estudaram na França. São 13.000 histórias de estadias diferentes que podem nos tocar e inspirar. Hoje, conheça a história de Mariana, estudante em Engenharia, que foi para França este ano! 

 

Oi, Mariana! Qual é o seu percurso de estudos no Brasil? Que mobilidade você fez na França?

 

Eu sou estudante do curso de Engenharia da Complexidade, é um curso novo que a Universidade Católica de Pernambuco está fazendo em parceria com a ICAM (Institut Catholique d’Arts et Métiers / Escola Católica de Engenharia). No ano letivo 2023-2024, eu tive um rendimento escolar bom e ganhei uma bolsa de estudos para ir estudar pelo ICAM, em Lille, no norte da França.

 

Essa mobilidade acadêmica na França me permitiu dar continuidade ao meu curso através de vários projetos sobre sistemas embarcados, robótica e tecnologias ligadas à engenharia. Eu também desenvolvi uma pesquisa lá, que eu comecei no Brasil, na área da edificação sustentável, ou seja, sobre as ferramentas que ajudam os engenheiros a construírem edifícios de energia quase zero. Minha estadia na França foi fundamental para desenvolver essa pesquisa porque é um país que já produz e usa estas ferramentas, desde os anos 1970, enquanto no Brasil, essa área de pesquisa está chegando só desde 2018.

 

Eu defendi a minha pesquisa no fim de outubro e deu tudo certo! Além disso, eu fui indicada para o 6° prêmio “Carolina Bori Ciência e Mulher” da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). O objetivo do prêmio é incentivar as mulheres na área da pesquisa pelo desenvolvimento da ciência no Brasil. A minha pesquisa foi selecionada para representar o meu curso! 

 

 

 

Por que escolheu estudar na França? 

 

Eu escolhi a França porque é um país altamente desenvolvido. A cidade de Lille especificamente tinha projetos de pesquisa específicos no meu campo de estudos. Para mim, era mais viável escolher um local que já estava desenvolvendo a parte de robótica e tecnologia para poder me engajar no mesmo caminho. 

 

 

Você teve aulas de francês antes de viajar para lá?

 

Não, eu fui para França sem saber falar francês e voltei sabendo o idioma! Para acompanhar o curso lá, eu tinha que falar inglês, mas no dia a dia, não tem como não falar francês. O processo de aprendizagem foi mesmo ouvindo e falando na vida cotidiana. Como eu tinha também aulas de espanhol, às vezes eu misturava todas as línguas! Um dia, numa aula, eu acabei uma apresentação dizendo “Merci so Much”, todo mundo achou muito engraçado. 

 

Hoje, eu estou seguindo um curso de francês para não perder o hábito de falar; é importante treinar para não esquecer. Eu estou sobretudo melhorando a parte da gramática e da conjugação. No próximo ano, quero tentar passar o DELF (Diploma de Estudo em Língua Francesa) para ter uma certificação garantida de meu nível de língua. Assim, se eu quiser me candidatar para um mestrado depois, posso ter a certeza de já ter um diploma de língua. 

 

 

Depois de 9 meses na França, qual é a sua palavra ou expressão favorita em francês? 

 

A minha expressão favorita em francês é “Pas de soucis!”. Quer dizer que não tem problema nenhum! 

Qual foi o valor agregado da sua estadia na França? 

 

No Brasil, especificamente no Nordeste, a gente está numa fase de crescimento muito importante em tecnologias e edificações sustentáveis. A minha estadia na França me trouxe uma visão europeia sobre esta questão e me abriu a novas vias de reflexão. 

 

Em relação aos estudos, eu vejo também aquilo como uma abertura para fazer um mestrado. O fato de conhecer a cultura francesa, de entender e falar o francês já me ajuda para me candidatar. Eu acredito que eu tenha portas abertas!

 

Quando eu voltei, eu tive a oportunidade de participar de um evento graças a minha experiencia na França, pois lá, eu desenvolvi a minha aprendizagem não somente do francês, mas também do inglês e do espanhol. Então essa capacidade de conseguir falar mais de uma língua me possibilitou de participar desse evento internacional. Essa variação e flexibilidade linguística ajuda bastante na parte profissional. 

 

Não é só um valor acadêmico, é sobretudo um valor de vida. Eu voltei com o pensamento mudado, com uma nova visão do mundo, uma nova visão cultural e profissional. 

 

Uma coisa que foi muito gratificante é que, quando voltei no Brasil, eu trouxe esperança para as pessoas da minha comunidade, mostrando que se eu tinha conseguido viver o meu sonho de ir estudar na França, elas também conseguiriam realizar os seus sonhos. Estou sempre dizendo que não é fácil, é um processo longo e desafiador. Ao mesmo tempo, é muito bom pensar que graças ao que eu consegui fazer, eu posso inspirar os outros mostrando que tudo é possível! 

 

Essa experiencia foi muito boa. Para mim, foi e ainda está sendo surreal; às vezes, não acredito que vivi isso! Vai ser uma coisa que vou levar comigo pelo resto da minha vida. 




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